MELHORES
TÉCNICAS DE ESTUDO
Estudo publicado em 2013, na revista científica Psychological
Science in the Public Interest ,
onde foram avaliadas técnicas comuns de aprendizagem para classificar quais possuem de fato a melhor utilidade.
O resultado algumas surpresas para o estudante.
Técnicas bastante populares no Brasil, como resumir, grifar,
utilizar mnemônicos, visualizar imagens para apreensão de textos e reler
conteúdos foram classificadas como as de utilidade mais baixa.
Três práticas foram encaradas como de utilidade moderada:
interrogação elaborativa, auto-explicação e estudo intercalado. E as duas que obtiveram o mais alto grau de utilidade na
aprendizagem foram as técnicas de teste prático e prática distribuída.
É a ciência desaprovando boa parte do meu método de estudo, muito
baseado em resumos, grifos, mnemônicos e mapas mentais. Por outro lado, foi confirmado
que a realização de exercícios em doses cavalares são extremamente efetiva para
estudar para concursos públicos.
O ranking reflete os resultados do estudo, mas cada pessoa tem o
seu estilo de estudo e nada está impede de continuar usando-o. Foram destacadas dez técnicas, que colocamos
em ordem crescente de efetividade.
01. Grifar – Utilidade Baixa
Prepara-se para dar um descanso ao seu grifador amarelo. O estudo
aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco
efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer
esforço.
Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou
conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca) utilidade
quando combinada com outras técnicas.
02. Releitura – Utilidade Baixa
Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais
técnicas apresentadas. O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de
leitura (massive
rereading) podem ser melhores do que resumos ou grifos, se
aplicados no mesmo período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de
ler, por diversas vezes.
03. Mnemônicos – Utilidade Baixa
Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória;
que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização (diz-se de
técnica, exercício etc.); fácil de ser lembrado; de fácil memorização.
Em apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o
uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para
decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º da
Constituição).
O estudo da Psychological Science in the Public Interest mostrou
que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e
quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar.
Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não
conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então, utilize-os em
casos específicos e pouco tempo antes de teste.
04. Visualização – Utilidade Baixa
Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras
enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização
de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.
Surpreendentemente (ao menos para mim), a transformação das
imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e
ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.
Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais para
estudos, já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e
conceitos.
De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização
não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.
05. Resumos – Utilidade Baixa
Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais
ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.
O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas,
mas não para provas objetivas.
Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica
de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. O paper diz que a
técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são hábeis em
produzir resumos.
06. Interrogação Elaborativa – Utilidade Moderada
A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar
explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto
são verdadeiros. da dignidade
da pessoa humana pelas principais democracias ocidentais após a Revolução
Francesa.
Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro,
pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando
suas origens.
Falando especificamente de concursos públicos, a interrogação
elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações e questões
discursivas.
07. Auto-Explicação – Utilidade Moderada
A auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para
aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o
conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo.
O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante
o aprendizado, e não após o estudo.
08. Estudo Intercalado – Utilidade Moderada
A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de
uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais
aleatória.
Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em
aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências
exatas).
O principal benefício da intercalação, como já havíamos observado,
é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.
09. Teste Prático – Utilidade Alta
Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das
duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que
realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras
técnicas.
No caso específico de concursos públicos, a recomendação é fazer
toneladas de exercícios de provas anteriores. Não apenas do cargo para o qual
você está estudando, mas qualquer tipo de questão que encontrar pela frente.
Como já recomendamos anteriormente, a maneira mais fácil de
realizar testes é utilizando sistemas específicos para isso, como o site Questões de
Concursos.
10. Prática Distribuída – Utilidade Alta
A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do
tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só (a.k.a. na
véspera da prova).
Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de
estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa
conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve espaçar seu
aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma
vez por dia.
A prática distribuída também pode ser interpretada como a
distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com
períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra
hora à noite.
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