sexta-feira, 12 de julho de 2013

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Legalidade: É o princípio básico de todo o Direito Público. A doutrina costuma usar a seguinte expressão:  na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na Administração Pública tudo o que não está permitido é proibido. O administrador está rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser confrontada com a lei.

Impessoalidade: Significa que o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer distinções fundamentadas em critérios pessoais. Toda a atividade da Administração Pública deve ser praticada tendo em vista a finalidade pública. Se não visar o bem público, ficará sujeita à invalidação, por desvio de finalidade. É em decorrência desse princípio que temos, por exemplo, o concurso público e a licitação.
Desse princípio decorre a generalidade do serviço público – todos que preencham as exigências têm direito ao serviço público.
A responsabilidade objetiva do Estado decorre do princípio da impessoalidade.

Moralidade: O Direito Administrativo elaborou um conceito próprio de moral, diferente da moral comum. A moral administrativa significa que o dever do administrador não é apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administração. Pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública, tem a ver com a ética, com a justiça, a honestidade, a conveniência e a oportunidade.
Toda atuação do administrador é inspirada no interesse público. Jamais a moralidade administrativa pode chocar-se com a lei.
 Por esse princípio, o administrador não aplica apenas a lei, mas vai além, aplicando a sua substância.
 A Constituição de 1988 enfatizou a moralidade administrativa, prevendo que “os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.

Publicidade: Requisito da eficácia e moralidade, pois é através da divulgação oficial dos atos da Administração Pública que ficam assegurados o seu cumprimento, observância e controle; destina-se, de um lado, à produção dos efeitos externos dos atos administrativos. Existem atos que não se restringem ao ambiente interno da administração porque se destinam a produzir efeitos externos – daí ser necessária a publicidade.

Eficiência: Exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades dos administrados (público). Trata-se de princípio meramente retórico. É possível, no entanto, invocá-lo para limitar a discricionariedade do Administrador, levando-o a escolher a melhor opção. Eficiência é a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na Administração Pública, a tendência é prevalência do controle de resultados sobre o controle de meios. 

Supremacia do interesse público: Os interesses públicos têm supremacia sobre os interesses individuais; é a essência do regime jurídico administrativo.

Presunção de Legitimidade: Os atos da Administração presumem-se legítimos, até prova em contrário (presunção relativa ou juris tantum – ou seja, pode ser destruída por prova contrária.)

Finalidade: Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse público e garantir a observância das finalidades institucionais por parte das entidades da Administração Indireta. A finalidade pública objetivada pela lei é a única que deve ser perseguida pelo administrador. A Lei, ao atribuir competência ao Administrador, tem uma finalidade pública específica. O administrador, praticando o ato fora dos fins, expressa ou implicitamente contidos na norma, pratica DESVIO DE FINALIDADE.

Autotutela : A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e eficiência dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece à Administração o poder e dever de anular ou declarar a nulidade dos seus próprios atos praticados com infração à Lei.
A Administração não precisa ser provocada ou recorrer ao Judiciário para reconhecer a nulidade dos seus próprios atos;
A Administração pode revogar os atos administrativos que não mais atendam às finalidades públicas – sejam inoportunos, sejam inconvenientes – embora legais.
Em suma, a autotutela se justifica para garantir à Administração: a defesa da legalidade e eficiência dos seus atos; nada mais é que um autocontrole;

Continuidade dos Serviços Públicos: O serviço público destina-se a atender necessidades sociais. É com fundamento nesse princípio que nos contratos administrativos não se permite que seja invocada, pelo particular, a exceção do contrato não cumprido.
Nos contratos civis bilaterais pode-se invocar a exceção do contrato não cumprido para se eximir da obrigação.
Hoje, a legislação já permite que o particular invoque a exceção de contrato não cumprido – Lei 8666/93 – Contratos e Licitações, apenas no caso de atraso superior a 90 dias dos pagamentos devidos pela Administração.
A exceção do contrato não cumprido é deixar de cumprir a obrigação em virtude da outra parte não ter cumprido a obrigação correlata.

Razoabilidade: Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse coletivo, sem exageros. O Direito Administrativo consagra a supremacia do interesse público sobre o particular, mas essa supremacia só é legítima na medida em que os interesses públicos são atendidos. Exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administração e os fins que ela tem que alcançar. Agir com lógica, razão, ponderação. Atos discricionários.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Mocambo News: Dicas para concursos

Mocambo News: Dicas para concursos: MELHORES TÉCNICAS DE ESTUDO Estudo publicado em 2013, na revista científica   Psychological Science in the Public Interest  , onde for...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Concursos - COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Coerência e coesão textuais são dois conceitos importantes para uma melhor compreensão do texto e para a melhor escrita de trabalhos de redação de qualquer área. Exp: Aquele garoto não gosta de futebol mas fica chamando seus amigos para jogar (Incoerência).
A coesão trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos. A coerência, por sua vez, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento compartilhado entre os usuários da língua.
Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no sentido constituído pelo leitor.

Definição Especifica

Coesão - É a conexão, harmonia entre os elementos de um parágrafo. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro.
Coerência - É a relação psicológica entre as ideias, pois essas devem se complementar; é o resultado da não contradição entre as partes do texto, fazendo referência a termos e expressões anteriormente empregados. Resumindo, a coesão é o sentido de cada uma das frases e a coerência o entrelaçamento desses sentidos.
A construção textual deve ser a construção de um todo compreensível aos olhos do leitor. A coerência textual é o instrumento que o autor vai usar para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar um sentido completo a ele.
Cada palavra tem seu sentido individual, quando elas se relacionam elas montam um outro sentido. O mesmo raciocínio vale para as frases, os parágrafos e até os textos. Cada um desses elementos tem um sentido individual e um tipo de relacionamento com os demais. Caso estas relações sejam feitas da maneira correta, obtemos uma mensagem, um conteúdo semântico compreensível.
O texto é escrito com uma intencionalidade, de modo que ele tem uma repercussão sobre o leitor, muitas vezes proposital.
Em uma redação, para que a coerência ocorra, as idéias devem se completar. Uma deve ser a continuação da outra. Caso não ocorra uma concatenação de idéias entre as frases, elas acabarão por se contradizerem ou por quebrarem uma linha de raciocínio. Quando isso acontece, dizemos que houve um quebra de coerência textual.
A coerência é um resultado da não contradição entre as partes do texto e do texto com relação ao mundo. Ela é também auxiliada pela coesão textual, isto é, a compreensão de um texto é melhor capturada com o auxílio de conectivos, preposições, etc.

Vejamos alguns exemplos de falta de coerência textual:

“No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar”
“Estão derrubando muitas árvores e por isso a floresta consegue sobreviver.”
“Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sabiá cantar”
“Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo”
“Podemos notar claramente que a falta de recursos para a escola pública é um problema no país. O governo prometeu e cumpriu: trouxe várias melhorias na educação e fez com que os alunos que estavam fora da escola voltassem a frequentá-la. Isso trouxe várias melhoras para o país.”

A falta de coerência em um texto é facilmente detectada por um falante da língua, mas não é tão simples notá-la quando é você quem escreve. A coerência é a correspondência entre as idéias do texto de forma lógica.
Quando o entendimento de determinado texto é comprometido, imediatamente alguém pode afirmar que ele está incoerente. Na maioria das vezes esta pessoa está certa ao fazer esta afirmação, mas não podemos achar que as dificuldades de organização das idéias se resumem à coerência ou a coesão. É certo que elas facilitam bastante esse processo, mas não são suficientes para resolver todos os problemas. O que nos resta é nos atualizarmos constantemente para podermos ter um maior domínio do processo de produção textual.

(PROVA AFT/RN 2005)
Assinale a opção em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca defeito de coesão e incoerência nos sentidos do texto.

A violência no País há muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil como um dos países mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicídio.

Em 1980, tínhamos uma média de, aproximadamente, doze homicídios por cem mil habitantes. ___2___, nas duas décadas seguintes, o grau de violência intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do índice verificado em 1980 – 121,6% –, ___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicídios por cem mil habitantes. ___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do PIB a violência crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990.

Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da violência consumiram, apenas no setor saúde, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a vitimização letal se distribui de forma desigual: são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo masculino, entre 15 e 24 anos, que têm pago com a própria vida o preço da escalada da violência no Brasil.



(Adaptado de http://www.brasil.gov.br/acoes.htm)
a) 1 – Tanto é assim que
b) 2 – Lamentavelmente
c) 3 – Ou seja
d) 4 – Simultaneamente
e) 5 – Se bem que



COMENTÁRIO: As lacunas no texto ocultam palavras e expressões que atuam como conectores – ligam orações estabelecendo relações semânticas entre os períodos. A banca sugere algumas opções de preenchimento.

Dessas, a única que não atende ao solicitado é a de número 5, uma vez que a expressão “Se bem que” deveria introduzir uma oração de valor concessivo, estabelecendo, assim, idéia contrária à que foi apresentada até então pelo texto.

Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica as informações anteriores ao fornecer dados complementares às estatísticas sobre homicídios. Sendo aceita a sugestão da banca, a coerência textual seria prejudicada. Por isso, o gabarito é a opção E.

 

Exercícios de coerência e coesão textual

Nas questões 02 e 03, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e coerente e, depois, indique a seqüência numérica correta.
02- ( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do capitalismo desalmado.
( ) Durante décadas, Friedman - que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da Universidade de Chicago - foi visto como uma espécie de pária brilhante.
( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do século.
( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra Mundial.
( ) Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o 'excesso de intervenção governamental.' (Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998)
a) 4, 2, 5, 1, 3
b) 1, 2, 5, 3, 4
c) 3, 1, 5, 2, 4
d) 5, 2, 4, 1, 3
e) 2, 5, 4, 3, 1

03- ( ) Na verdade, significa aquilo que um liberal americano descreveria (sem estar totalmente correto, porém) como conservadorismo.
( ) Nos Estados Unidos, liberalismo significa a atuação de um governo ativista e intervencionista, que expande seu envolvimento e as responsabilidades que assume, estendendo-os à economia e à tomada centralizada de decisões.
( ) A guerra global entre estado e mercado contrapõe ‘liberalismo’ a ‘liberalismo’.
( ) No resto do mundo, liberalismo significa quase o oposto.
( ) Esta última definição contém o sentido tradicional dado ao liberalismo.
( ) Esse tipo de liberalismo defende a redução do papel do Estado, a maximização da liberdade individual, da liberdade econômica e do papel do mercado. (Exame, 1/7/1998)
a) 1, 5, 3, 4, 2, 6
b) 3, 1, 4, 5, 6, 2
c) 2, 4, 5, 3, 6, 1
d) 4 , 2, 1, 3, 6, 5
e) 1, 3, 2, 6, 5, 4

04- Numere o segundo conjunto de sentenças de acordo com o primeiro, de modo que cada par forme uma seqüência coesa e lógica.
(1) A experiência mundial produziu uma ordem razoavelmente depurada de radicalismos ideológicos neste fim de século.
(2) As reformas tributária, da legislação trabalhista e da previdência são necessárias à consolidação de uma economia de mercado com altas doses de investimento e de geração de empregos.
(3) O Plano Real interrompeu a ciranda de preços e, com isso, erradicou o imposto inflacionário.
(4) Um fator crítico para consolidar a moeda forte é um banco central independente.
(5) Os governos nacionais que compreendem a lógica da economia de mercado implementam políticas públicas compatíveis com a nova ordem em formação. (Baseado em Paulo Guedes, Exame, 1/7/1998)

( ) Este era politicamente ilegítimo (uma taxação sem legislação) e socialmente injusto.
( ) Ele remeteria ao Congresso o ritual de aprovação de despesas e arrecadação de impostos, o que poderia aumentar a transparência da atuação do Estado.
( ) Os que não a compreendem, quer por preconceitos ideológicos, quer por motivos religiosos, quer por ignorância, cavam um fosso no qual aprisionam populações inteiras.
( ) Mas elas precisam ser transmitidas em linguagem cotidiana para que ‘globalização’ não signifique ‘desnacionalização industrial somada a ciranda financeira internacional’.
( ) Seus alicerces são sistemas políticos democráticos, economias de mercado em processo de globalização, ação social descentralizada por parte de governos nacionais e a consolidação de moedas fortes.
A seqüência numérica correta é:
a) 5, 4, 2, 3, 1
b) 3, 4, 5, 2, 1
c) 1, 5, 3, 4, 2
d) 2, 1, 4, 5, 3
e) 4, 2, 5, 1, 3

05- Assinale o segmento que apresenta erro de con­cordância.
a) As empresas estrangeiras registram o capital que investe no país como empréstimos feitos pela matriz para poder remeter os juros às matrizes sem pagar imposto de renda. Há muitas propostas para reduzir a evasão fiscal no país. Uma delas é a cobrança de imposto sobre o faturamento das empresas.
b) No sistema financeiro, 34% dos débitos reconhecidos com a Receita estão com o pagamento suspenso por causa de liminares. As empresas deixaram de pagar cerca de 12 bilhões de reais em impostos nos últimos cinco anos, dos quais 3,5 bilhões seriam devidos pelos bancos.
c) O motivo: a Lei no 8200, de 1991, permitiu a correção monetária das despesas nos balanços, mas não fez o mesmo com as receitas. Boa parte dos dólares aplicados por investidores estrangeiros no país seria de brasileiros. O dinheiro, depositado em paraísos fiscais, retorna ao país sob a forma de investimento em ações e em aplicações de renda fixa, sem identificação do titular da conta, e sai sem pagar imposto algum.
d) As empresas acumulam prejuízos de 183 bilhões de reais e querem transformá-los em créditos com o Fisco. Desse total, 23 bilhões são perdas contabilizadas por instituições financeiras. Se esse volume de recursos fosse usado de uma só vez, equivaleria a mais de um ano de arrecadação.
e) Das 530 maiores empresas do país, metade não pagou imposto de renda em 1997. O mesmo ocorreu com os bancos. Das 66 maiores instituições financeiras, 42% não recolheram imposto de renda. A Receita tem 115 bilhões de reais a receber em impostos devidos pelas empresas que não foram pagos por causa do que se chamou de “indústria de liminares”.

06- Assinale a opção em que o texto foi transcrito com erro de concordância verbal.
a) Um delegado mal-intencionado pode perseguir um cidadão ou uma empresa ou, da mesma forma, proteger um sonegador. Por isso, essas indicações sempre foram olimpi­camente disputadas pelos partidos.
b) A partir de 1994, a Receita Federal passou a nomear todos os delegados e superintendentes do órgão nos Estados, sem nenhuma interferência política. Esses cargos compõe o sistema nervoso da Receita.
c) Há casos de funcionários, como os inspetores alfandegários de aeroportos e portos, que há anos eram escolhidos por políticos. O resul­tado é que a fiscalização ganhou mais inde­pendência.
d) As mudanças surtiram, de imediato, efeitos práticos. O primeiro é que o raio de ação dos fiscais cresceu consideravelmente.
e) Os auditores passaram a visitar empresas e pessoas que antes se sentiam seguras gra­ças às amizades que tinham em determina­dos postos. (VEJA, Edição 1621 - 27/10/1999)

07- Os fragmentos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os de forma coesa e coerente e assinale a resposta correta.
A. Na sede da entidade, a Receita recolheu para análise dezenas de notas fiscais, comprovantes de pagamentos e livros contábeis. Com base nos documentos, o órgão federal espera esclarecer a questão. O movimento financeiro durante os dez dias da festa é avaliado pelo Sebrae da cidade em R$ 278 milhões.
B. Segundo sua análise, o evento reúne 1 milhão de pessoas, com uma média de R$ 278 gastos por freqüentador. Desses R$ 278 milhões, a média de arrecadação é de 3%. Segundo informações obtidas pela Receita, metade desse percentual estaria sendo sonegado - ou seja, R$ 4,17 milhões. Além do clube, devem ser fiscalizados hotéis, restaurantes e a empresa que vende os anúncios da festa.
C. A suspeita de sonegação surgiu porque o recolhimento dos tributos por parte de comerciantes e empresários da região, no período da festa, é o mesmo dos outros meses do ano. "Todo mundo diz que o faturamento dobra ou triplica no período da festa, mas o total arrecadado em impostos fica igual", diz o delegado da Receita. O primeiro alvo dos auditores na cidade foi o clube Os Independentes, instituição responsável pela organização da Festa do Peão de Boiadeiro.
D. A Receita Federal de Franca está apurando a sonegação de impostos praticada pelas empresas e associações que atuam na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.
(Rogério Pagnan, Folha de S. Paulo, 15/08/2000, p. F2, com adaptações)
a) C, A, B, D
b) D, C, A, B
c) A, B, C, D
d) D, B, C, A
e) B, C, D, A

PROVA I
"Arrumar o homem"
Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar. Não posso, porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei e, por isso, tenho-a como verdadeira. Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano: "Se não é verdadeira... é muito graciosa!"
Estava, pois, aquele pai carioca, engenheiro de profissão, posto em sossego, admitido que, para um engenheiro, é sossego andar mergulhado em cálculos de estrutura. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo com perguntas de todo jaez, tentando conquistar um companheiro de lazer.
A idéia mais luminosa que ocorreu ao pai, depois de dez a quinze convites a ficar quieto e a deixá-lo trabalhar, foi a de pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça trazido da última viagem à Europa. "Vá brincando enquanto eu termino esta conta". sentencia entre dentes, prelibando pelo menos uma hora, hora e meia de trégua. O peralta não levará menos do que isso para armar o mapa do mundo com os cinco continentes, arquipélagos, mares e oceanos, comemora o pai-engenheiro.
Quem foi que disse hora e meia? Dez minutos depois, dez minutos cravados, e o menino já o puxava triunfante: "Pai, vem ver!" No chão, completinho, sem defeito, o mapa do mundo.
Como fez, como não fez? Em menos de uma hora era impossível. O próprio herói deu a chave da proeza: "Pai, você não percebeu que, atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um homem? Era mais fácil. E quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado!"
"Mas esse garoto é um sábio!", sobressaltei, ouvindo a palavra final. Nunca ouvi verdade tão cristalina: "Basta arrumar o homem (tão desarrumado quase sempre) e o mundo fica arrumado!"
Arrumar o homem é a tarefa das tarefas, se é que se quer arrumar o mundo.

01. Assinale o item cuja afirmativa está de acordo com o primeiro parágrafo do texto:
(A) embora o autor do texto não confie na veracidade da estória narrada, conta-a por seu valor moral;
(B) como o autor do texto confia na pessoa que lhe narrou a estória, ele a transfere para o leitor, mesmo sabendo que não é autêntica;
(C) A despeito de ser bastante graciosa a história narrada, o autor do texto tem certeza de sua inautenticidade ;
(D) O autor do texto nos narra uma história de cuja autenticidade não está certo, apesar de ter sido contada por pessoas dignas de confiança ;
(E) a estória narrada possui autenticidade, veracidade e , além disso, certa graça.

02. O título dado ao texto:
(A) representa a tarefa que deveria ser executada pelo menino;
(B) indica a verdadeira finalidade do jogo de quebra- cabeça;
(C) mostra a desorganização reinante na família moderna;
(D) assinala a tarefa básica inicial para a organização do mundo;
(E) demonstra a sabedoria precoce do menino da estória narrada.

03. Na continuidade de um texto, algumas palavras referem-se a outras anteriormente expressas; assinale o item em que a palavra destacada tem sua referência corretamente indicada:
(A) Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar - refere-se à autenticidade da estória narrada;
(B) Não posso, porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei... - refere-se à veracidade da estória narrada;
(C) ...e, por isso tenho-a como verdadeira. - refere-se a não poder duvidar da veracidade da pessoa que lhe narrou a estória;
(D) ...tenho-a como verdadeira. - refere-se à pessoa que lhe narrou a estória do texto;
(E) Salva-me de qualquer modo, o provérbio italiano. - refere-se à pessoa de cuja veracidade o autor do texto não pode duvidar.

04. O item em que o vocábulo sublinhado está tomado em sentido não- figurado é:
(A) Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória...
(B) Estava, pois, aquele pai carioca ...
(C) ...não cessava de atormentá-lo com perguntas...
(D) ...comemora o pai-engenheiro.
(E) Mas esse garoto é um sábio !

05. ..por nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça...; o substantivo quebra-cabeça forma o plural de modo idêntico a um dos substantivos abaixo:
(A) guarda-chuva;
(B) tenente-coronel;
(C) terça-feira;
(D) ponto-de-vista;
(E) caneta-tinteiro.

06. O item em que o vocábulo destacado tem seu sinônimo corretamente indicado é:
(A) Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano... - citação;
(B) ...com perguntas de todo jaez .. - tipo;
(C) ...tentando conquistar um companheiro de lazer. - aventuras;
(D) ...prelibando pelo menos uma hora... - desejando;
(E) o peralta não levará menos do que isso... - revolucionário.

07. Vá brincando enquanto eu termino esta conta; se fossem dois engenheiros querendo trabalhar e
dois os meninos, esta mesma frase, mantidas as pessoas, deveria ter a seguinte forma:
(A) Vão brincando enquanto nós terminamos esta conta;
(B) Ide brincar enquanto eu termino esta conta;
(C) Vamos brincando enquanto nós terminamos esta conta;
(D) Vadé brincando enquanto eles terminam esta conta;
(E) Vai brincando enquanto nós terminamos esta conta.

08. Basta arrumar o homem (...) e o mundo fica arrumado! A noção expressa pela primeira oração, em relação à segunda é:
(A) concessão;
(B) causa;
(C) tempo;
(D) comparação;
(E) condição.

09. A frase do menino: E quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado! mostra que:
(A) o pai do menino desconhecia a brilhante inteligência do filho;
(B) o menino tinha uma visão critica do mundo bastante apurada;
(C) o menino já havia feito a mesma tarefa antes;
(D) o autor do texto quer mostrar a sabedoria do menino;
(E) o menino descobrira um meio mais fácil de completar a tarefa.

10. Mas esse garoto é um sábio...; esta frase do autor do .texto é introduzida por uma conjunção adversativa que marca, nesse caso, a oposição entre:
(A) a idade e a sabedoria;
(B) a autoridade e a desobediência;
(C) o trabalho e o lazer;
(D) a teoria e a prática;
(E) a ignorância e o conhecimento.

11. O segmento do texto que NÃO apresenta qualquer processo de intensificação vocabular é:
(A) Arrumar o homem é a tarefa das tarefas...;
(B) Em menos de uma hora era impossível.;
(C) Era mais fácil.;
(D) Nunca ouvi verdade tão cristalina;
(E) A idéia mais luminosa que ocorreu ao pai...

12. ... você não percebeu que atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um homem? ...se é que se quer arrumar o mundo ; a palavra mundo nesses dois segmentos:
(A) apresenta significados idênticos;
(B) representa significados opostos;
(C) mostra significados abstratos;
(D) possui alguns traços em comum;
(E) é exemplo de substantivo próprio.

13. ...pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça...; a palavra pôr leva acento gráfico pela mesma razão que nos leva a acentuar:
(A) você;
(B) têm;
(C) pára;
(D) nó;
(E) pôde.

14. "Mas esse garoto é um sábio!", sobressaltei, ouvindo a palavra final. ; a oração reduzida sublinhada só NÃO pode equivaler semanticamente a:
(A) ...porquanto ouvia a palavra final;
(B) ...quando ouvi a palavra final;
(C) ...após ouvir a palavra final;
(D) ...enquanto ouvia a palavra final;
(E) ..depois de ouvir a palavra final.

15..se é quer se quer arrumar o mundo.; a frase final do texto mostra que:
(A) o autor do texto participa do desejo geral de mudar o mundo;
(B) só uma parte da população anseia por mudanças;
(C) o autor do texto faz uma ressalva negativa sobre o desejo das pessoas;
(D) o filho do engenheiro desconfia das reais intenções das pessoas;
(E) só o mundo, por si mesmo, pode salvar-se.

16. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo...; as vírgulas que envolvem o segmento sublinhado:
(A) marcam um adjunto adverbial deslocado;
(B) indicam a presença de uma oração intercalada;
(C) mostram que há uma quebra da ordem direta da frase;
(D) estão usadas erradamente porque separam o sujeito do verbo;
(E) assinalam a presença de um aposto.
  
Gabarito Prova I
01 D 02 D 03 C
04 B 05 A 06 B
07 A 08 Anulada 09 E
10 A 11 B 12 D
13 C 14 A 15 C
16 E


PROVA II

01. Em 2001, os números de acidentes, mortos e feridos nas rodovias federais do país diminuíram em relação a 2000, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal( PRF) divulgados no dia 21/02/2002.

* Para que sejam preservadas as relações semânticas e a correção gramatical do primeiro período do texto, ao se empregar a expressão “os números” no singular, devem ser feitas as seguintes substituições: “diminuíram”por diminuiu e “divulgados” por divulgado. { C - E }

02. Segundo esse coordenador, o comportamento do motorista brasileiro ainda é preocupante. “As tragédias ocorrem em decorrência da falta de respeito às leis de trânsito”, disse.

* De acordo com os sentidos textuais, a expressão “em decorrência da falta de respeito às leis de trânsito” mantém a coerência e a correção gramatical do texto ao ser substituída por como decorrência do desrespeito às leis de trânsito ou como decorrência de se desrespeitarem as leis de trânsito. { C - E }

TEXTO 01:

Hotel incluído

Em viagens acima de 300 km, não vale a pena usar o carro quando se está sozinho. O preço médio da passagem de ônibus entre as cidades de São Paulo e São José do Rio Preto é de R$ 50,00 ( ida e volta ), enquanto, de carro, gasta-se R$ 65,00 só de pedágios ( doze ). Some a esse valor 1,5 tanque de combustível ( R$ 130,00 ) e você terá gasto quatro vezes mais para desfrutar do prazer de dirigir do que gastaria se trocasse a direção por um assento de passageiro. Isso sem falar no desgaste do veículo e na possibilidade de ser multado se a pressa de chegar ao destino reduzir o seu cuidado em dirigir defensivamente.
Ao usar o ônibus, é como se você ganhasse de presente uma diária em um hotel de bom nível na cidade para a qual viaja. Ou, se preferir, todas as refeições do fim de semana incluídas.


03. Como estratégia argumentativa, o leitor do texto ora é referido pelo índice de indeterminação “se”, ora pelo pronome “você”. { C - E }

04. Embora o verbo “usar” não tenha explicitamente sujeito, textualmente pode-se para ele subentender o pronome se . { C - E }

05. O tempo verbal de “terá gasto” indica uma ação que terá sido realizada antes de outra ocorrer no futuro, na hipótese de não se trocar a direção por um assento de passageiro. { C - E }

06. Na linha 5, a conjunção “e” adiciona dois complementos ligados a “falar”( linha 5 ) { C - E }

TEXTO 02: CAPÍTULO XV - DAS INFRAÇÕES
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica: Infração - gravíssima; Penalidade - multa ( cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir; Medidas...

07. As palavras “inobservância( linha 1 ), “indicadas” ( linha 3 ), “influência” ( linha 5 ) apresentam o mesmo prefixo, apesar de pertencerem a classes gramaticais diferentes. { C - E }

08. A coerência do texto e as regras gramaticais seriam respeitadas, caso se inserisse às imediatamente antes de “medidas” ( linha 2 ). { C - E }

09. Para efeito de aplicação das penalidades previstas, a conjunção “ou” ( linha 4 ) deve ser entendida como também inclusiva. { C - E }

TEXTO 03: As ações de respeito para com os pedestres.

> Motorista, ao primeiro sinal do entardecer, acenda os faróis.
Procure não usar a meia-luz.
> Não use faróis auxiliares na cidade.
> Nas rodovias, use sempre os faróis ligados. Isso evita 50% dos atropelamentos. Seu carro fica mais visível aos pedestres.
> Sempre, sob chuva ou neblina, use os faróis acesos.
Ø Ao se aproximar de uma faixa de pedestres, reduza a velocidade e preste atenção. O pedestre tem a preferência na passagem.
Ø Motorista, atrás de uma bola vem sempre uma criança.
Ø Nas rodovias, não dê sinal de luz quando verificar um trabalho de radar da polícia. Você estará ajudando um motorista irresponsável, que trafega em alta velocidade, a não ser punido. Esse motorista, não sendo punido hoje, poderá causar uma tragédia no futuro.
Ø Não estacione nas faixas de pedestres.

10. Entre os diversos fatores que ampliam as ações de respeito para com os pedestres, está o fortalecimento do conceito de cidadania, marcante na civilização contemporânea. { C - E }

11. Embora o vocativo “Motorista” esteja explícito apenas em dois tópicos do texto, o emprego dos tempos verbais indica que está subentendido em todos os demais. { C - E }

12. As relações semânticas no terceiro tópico permitem subentender a idéia de porque entre “atropelamentos” e “Seu”. { C - E }

13. No quarto tópico, a circunstância “sob chuva ou neblina” tem função caracteristicamente explicativa e, por isso, se for retirada, não se alterarão as condições de uso para “faróis acesos”.(C- E }

14. O sexto tópico, diferentemente dos outros, não explicita a ação do motorista, apenas fornece uma condição para que seja subentendida cautela. { C - E }

TEXTO 04 : Educação para o trânsito: RS, ES e DF integram o Rumo à Escola

Buscando implementar a temática do trânsito nas escolas de ensino fundamental, o Departamento Nacional de Trânsito ( DENATRAN) implantou o projeto Rumo à Escola. Até o momento, 165 escolas das capitais de 11 estados estão integradas ao projeto. Nessa quarta-feira ( 27/2), integram o programa o Rio Grande do Sul e o Espírito Santo. No dia 28, será a vez do DF e, em 14 de março, de São Paulo.
Após sua implementação em São Paulo, o projeto terá concluído a adesão de sua primeira de três etapas. No dia 21 de março, está prevista uma teleconferência nos estados contemplados pelo programa.

15. O gerúndio em “Buscando” inicia uma oração subordinada que mantém com a principal do período um nexo de circunstância causal. { C - E }

16. No texto, a idéia terminativa da ação em “estão integradas” ( linha 3 ), que corresponde, em geral, às formas de pretérito perfeito, opõe-se à idéia não-terminativa do presente em “integram”( linha 3 ), que pode ser interpretada como a ocorrer no futuro. { C - E }

17. Mantém-se a coerência textual, mas altera-se a voz do verbo, de passiva para reflexiva, ao se substituir a construção verbal “está prevista” ( linha 6 ) por prevê-se. { C - E }

TEXTO 05

Os EUA acreditam que o Brasil seja o segundo maior consumidor de cocaína do mundo. Segundo o subsecretário do Escritório Internacional para Assuntos de Entorpecentes, James Mack, estima-se que o país consuma entre 40 e 50 toneladas de cocaína por ano. A estimativa baseia-se na produção e circulação da droga no mundo. Em 2000, foram produzidas 700 toneladas de cocaína, estando 95% da produção concentrada na Colômbia.
Desse total, segundo Mack, 100 toneladas passam pelo Brasil, mas apenas entre 50 t e 60 t chegam à Europa. Os norte-americanos acreditam que a droga que não vai para a Europa é consumida no Brasil. O Brasil só ficaria atrás dos EUA, que, em 2000, consumiram 266t . “Em 1999, 80% da cocaína do mundo foi consumida nos EUA e, em 2000, conseguimos reduzir esse total para menos da metade. O problema é que a droga está indo para outros países, entre eles o Brasil”, disse Mack.
Mack veio ao Brasil, acompanhado de outros especialistas norte-americanos no assunto, para a reunião anual entre o Brasil e os EUA sobre coordenação no combate ao narcotráfico e outros ilícitos, como lavagem de dinheiro, por exemplo.

18. O fato de o Brasil ser “o segundo maior consumidor de cocaína do mundo”( linha 1 ) conservará as mesmas relações de coerência com a argumentação do texto se, em lugar de “acreditam” ( linha 1 ), dor usado sabem, com as devidas alterações sintáticas. { C - E }

19. O emprego de “consuma” ( linha 3 ) indica, sintaticamente, uma ação dependente de outra, ao mesmo tempo que denota uma hipótese, algo de que não se pode afirmar a certeza. { C - E }

20. Mantêm-se as mesmas relações percentuais ao se empregar a preposição em no lugar de “para” na expressão “para menos da metade” ( linha 9 ) . { C - E }


GABARITO: PROVA II
01 E 06 C 11 C 16 C 21 E
02 C 07 E 12 C 17 E 22 E
03 C 08 C 13 E 18 E
04 C 09 C 14 C 19 C
05 C 10 C * 15 C 20 E



A INTEGRAÇÃO DO CONE SUL

Introdução

Em um mundo de crescente globalização dos mercados, a formação de blocos
econômicos torna-se uma estratégia importante e, do ponto de vista dos países
periféricos, pode contribuir para o fortalecimento de suas posições nas negociações em fóruns internacionais.
Nos últimos 15 anos a região do Cone Sul assiste a um tipo diferente de integração, e de certa forma inédito na história das relações internacionais. A integração europeia, por exemplo, foi eminentemente resultado de políticas de convergência dos principais países da Europa Ocidental, que decidiram se integrar economicamente, e posteriormente sofisticaram a sua integração, também levando em consideração a livre circulação de pessoas.O processo de integração entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, tenta repetir, sem a mesma intensidade e o mesmo sucesso, o modelo da União Europeia.
Cabe destacar, no entanto, que nestes países houve um elemento diferenciador desde a década de 90, com a relevante participação das cidades sul-americanas no processo de integração regional. Cabe lembrar que a criação do Mercosul e seus primeiros anos, foram influenciados fortemente pela ideia de globalização inevitável e de um caráter eminentemente econômico que os tempos do pós-Guerra Fria traziam. A Globalização econômica, com a União Europeia, com a NAFTA, a discussão sobre a ALCA e o recém-criado Mercosul, era a ordem do dia.
É preciso relembrar, todavia, que os movimentos de resistência a essa globalização econômica tida como inevitável, com os Fóruns Sociais Mundiais, que tiveram também grande repercussão, na resistência a esse processo levado a cabo pelos países e suas chancelarias. Na América do Sul, por exemplo, além da mobilização da sociedade civil, dos movimentos estudantis, ambientais e sindicais lembrando que “Um outro mundo é possível”, as cidades também começaram a se organizar propondo uma integração regional diferente - que não tivesse sido baseada somente a partir dos grandes interesses econômicos, e sim a partir da realidade local e dos temas das cidades: educação, cultura, turismo, desenvolvimento urbano, entre outros.
  
Antecedentes

O acordo do Cone Sul não foi produto de pressões empresariais para aprofundar vínculos já estabelecidos, mas resultou de uma decisão política de reverter uma tendência histórica de deterioração das relações comerciais entre Brasil e Argentina.
No período 1981-85, o valor do intercâmbio comercial dos dois países declinou continuamente, voltando a crescer a partir de 1986, ano em que foi assinada a Ata para Integração Brasil-Argentina, que instituiu o Programa de Integração e Cooperação Econômica. Seu principal objetivo era propiciar um espaço econômico comum com a abertura seletiva dos respectivos mercados e o estímulo à complementação de setores específicos da economia dos dois países. Em 1988, a fim de consolidar o processo de integração, foi assinado o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, que estabeleceu o prazo máximo de 10 anos para a formação de um mercado comum entre o Brasil e a Argentina, o qual foi ratificado pelos Congressos dos dois países em agosto de 1989. As situações instáveis dificultam ou obstaculizam o processo integracionista, dadas as dificuldades de cumprimento dos acordos e de abrir mão de uma certa dose de autonomia na condução das políticas macroeconômicas.
O Uruguai já mantinha acordos bilaterais com o Brasil — Programa de Expansão Comercial (PEC) — e com a Argentina — Convênio Argentino-Uruguaio de Cooperação Econômica (CAUCE) —, os quais continuam em vigência.
Além disso, o maior impulso à integração deu-se devido ao protecionismo dos países "centrais", que não só afetava a introdução de produtos latino-americanos em seus mercados como questionava e pressionava a busca da autonomia tecnológica, dando como exemplo as pressões dos EUA sobre o Brasil em seu projeto nuclear e de informática. Adicione-se ainda o debilitamento do diálogo Norte-Sul e as novas discussões no âmbito do organização mundial do comércio, que, além de negociações estritamente comerciais, debater temas como serviços, propriedade intelectual e investimentos diretos.
Em julho de 1990, os Presidentes Menem e Collor decidiram acelerar o processo de integração e assinaram a Ata de Buenos Aires, a qual fixou o prazo de 31.12.94 para a conformação definitiva do mercado comum entre Brasil e Argentina, prevendo   a eliminação de todas as barreiras tarifárias e não tarifárias. Essa Ata mudou a  metodologia das relações bilaterais: da gestão do processo por protocolos setoriais  nos quais o objetivo era constituir complementações comerciais e industriais em setores produtivos — passa-se a um esquema de integração mais geral e automático, o que reforçou a necessidade de coordenação das políticas macroeconômicas dos dois países.
No decorrer de 1991, o Tratado de Assunção foi examinado e aprovado pelo Congresso dos quatro países, já estando em andamento o Programa de Liberação Comercial (reduções tarifárias progressivas), bem como, no final desse ano, foi aprovado o Regulamento Interno do Grupo Mercado Comum e foram regulamentados os protocolos sobre Solução de Controvérsia e Certificado de Origem, dentre outras medidas.

Barreiras a serem superadas
 
Quando da análise da situação latino-americana, destacaram-se seus problemas neste último decênio, os quais dificultaram, em parte, o esforço integracionista. O oneroso serviço da dívida externa aliado à instabilidade macroeconômica dos países aumentaram os desequilíbrios em potenciais produtivos e exportadores de cada país.
A dívida externa da América Latina representa um viés antiintegração na medida em que os países se vêem compelidos a não trocar superávits comerciais frente a terceiros países por equilíbrio comerciai intrazonal.
A integração limitou-se ao âmbito comercial dada a carência de políticas comuns de produção, que impediu que se desenvolvesse uma dinâmica integradora de comércio intra-industrial.
O comércio intra-industrial ocorre, normalmente, entre países de níveis tecnológicos similares que, por problemas de escalas, se especializam em determinados produtos trocando-os, o que resulta em maior diversidade de produtos semelhantes.
 A proximidade do valor da renda "per capita" (tamanho relativo), principalmente entre Uruguai, Argentina e Brasil, indica a existência de perfis de demanda  comparáveis—apesar das diferenças na distribuição pessoal da renda —, o que poderia favorecer o aproveitamento das economias de escala, mediante a especialização intra-industrial.  
As situações macroeconômicas flutuantes e instáveis obstaculizam qualquer
processo de integração, uma vez que dificultam o cumprimento dos acordos. Portanto, uma das árduas tarefas a serem cumpridas é a coordenação de uma política econômica comum que, necessariamente, passa pela estabilização interna das economias dos respectivos países. Integrar não significa apenas abolir barreiras comerciais, mas, sim, um enorme esforço para a harmonização das políticas econômicas.
As dificuldades para a harmonização podem residir no nacionalismo econômico,  de natureza ideológica, bem como na difícil obtenção de um nível mínimo de coerência macroeconômica entre desiguais políticas setoriais implementadas em cada país, dada a existência de objetivos conflitantes não só entre países como dentro de um mesmo programa de governo. Nessa difícil meta. Brasil e Argentina desempenham papéis fundamentais, tendo em vista sua representatividade conjunta no MERCOSUL, desde 1987. A proliferação de acordos bilaterais de redução tarifária com o propósito de conformar novas áreas de livre comércio em curto prazo traz consigo uma interrogativa: como incorporar ou assimilar no MERCOSUL os acordos firmados por um dos integrantes com terceiros países?
Essa questão revela a problemática que a abertura de um país, via grande rebaixamento tarifário, pode ocasionar aos demais membros do mercado comum. As preferências tarifárias outorgadas tornam-se pouco significativas, tendo em vista a reduzida alíquota em alguns setores e/ou produtos que o país-membro pratica com o resto do Mundo.



Conclusão

Na economia globalizada de hoje, a integração regional representa uma oportunidade e, ao mesmo tempo, uma necessidade para países periféricos como os do Cone Sul. O MERCOSUL nasceu como um instrumento para o alcance de melhores condições de inserção dos países do bloco na economia global, mas hoje, passa por dificuldades e riscos. Ditos obstáculos devem ser superados, pois os benefícios da integração são altos. Em especial, a integração das indústrias de infra-estrutura, cujos benefícios são distribuídos para toda a sociedade; a energia, por ser condição para desenvolvimento econômico, merece atenção especial. Destaca-se que, no caso do setor energético, especialmente do gás natural, é necessário incluir na análise os dois países associados ao MERCOSUL - Chile e Bolívia - tendo em vista a relevância de seus recursos energéticos e de seus mercados para os países do MERCOSUL e vice-versa, ou seja, a importância das indústrias e dos mercados de energia do MERCOSUL para estes países.
O Cone Sul enfrenta problemas e desafios de envergadura na busca desta integração. Após a crise asiática a atmosfera financeira tornou difícil o acesso ao crédito piorando a situação macroeconômica dos países da região, que enfrentaram problemas como baixo nível de atividade interna e dificuldades nos fluxos do comércio internacional. Esta situação fez com que, algumas vezes, os governos tomassem decisões unilaterais prejudicando o processo de integração.
A década de 1980 assistiu à transformação política e econômica da América do Sul; se, no seu início, havia várias ditaduras militares, ao fim, eram poucas. Argentina e Brasil encerraram seus regimes autoritários em 1983 e 1985. Com a democracia formal, o processo de integração  impulsionou-se bastante.
Na década de 90, a perspectiva regional cedeu à global, com o fito de crescer mais, ao vincular-se à zona de consumo norte - atlântica e pacífica; com a série de crises econômicas no mundo entre 1997 e 1999, a quimera de um desenvolvimento mundial fraterno evaporou-se.

 Referências
ARAÚJO Jr., José Tavares (1990). Integración econômica en America dei Norte y el Cono Sur. Comércio Exterior, México, 40(8):739-44,ago.
AZAMBUJA, Marcos Castrioto (1991 a). O novo quadro da economia mundial: 2.parte.
BALDINELLI, Elvio(1991). Armonización de políticas crediticias fiscalesy de promoción de exportaciónes. Integración Latinoamericana, Buenos Aires, INTAL 16(167):3-17, mayo.
BARBOSA, Rubens Antônio (1990). A ALADI e o desafio desta década. Gazeta
CHUDNOVSKY, Daniel & PORTA, Fernando (1989). En torno de Ia integración
econômica argentina-brasilefta. Revista de Ia CEPAL, Santiago do Chile,
(39): 125-45, dic.

FFRENCH-DAVIS, Ricardo (1979). Términos dei intercâmbio recíproco y efectos distributivos de Ia integración conómica. El Trimestre Econômico, México, Fundo de Cultura Econômico, 46(183):663-76, jul./set.

terça-feira, 9 de julho de 2013

FILMES QUE TODO CONCURSEIRO DEVERIA ASSISTIR



Passar em concurso público é um daqueles tipos de missão que tomam a vida como um todo e exigem o máximo possível de dedicação. Mas a rotina de livros, simulados e editais pede, vez ou outra, um respiro ou uma espécie de “pit stop” para receber uma dose extra de ânimo.
O cinema pode assumir um papel importante nesse processo de olhar para dentro de si mesmo e encontrar forças onde já parece não existir.
“Sozinho, o concurseiro não vai muito longe. No fundo, nós sempre precisamos estar atrás de um sonho e das razões porque a gente quer aquilo”, diz Guilherme Madeira, juiz e professor do Complexo Educacional Damásio de Jesus.
Pensando nisso, Madeira e o consultor de carreira Homero Reis escolheram 10 filmes que podem dar aos aspirantes à carreira pública uma dose de motivação para seguir na saga de ter o governo como patrão.

O Equilibrista
O documentário conta a saga de Philippe Petit até atravessar, sob um cabo de aço, o espaço que separava as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. O fato aconteceu em 1974, mas o planejamento para que o feito fosse bem sucedido começou muitos anos antes.“Ele olhou para o futuro e se dedicou por um bom tempo para que o projeto de passar de um lado para o outro desse certo”, diz Reis.

O Equilibrista 
Diretor: James Marsh
Ano: 2008
Duração: 90 minutos
Gênero: Documentário

Rocky Balboa
No último filme da franquia, Rocky Balboa está aposentado dos ringues e vive uma vida sem sentido. É, então, convidado para lutar contra o principal boxeador do momento que também vive uma crise pessoal.
“Em um dos trechos, ele diz que não importa o quanto as pessoas discutam com ele, ninguém vai bater tão forte quanto a vida. Mas que o que é mais importante é quantas vezes você levanta”, diz Guilherme Madeira, juiz e professor do Complexo Educacional Damásio de Jesus. “O filme também mostra que a última coisa que envelhece, na vida, é o coração”.

Rocky Balboa
Diretor: Sylvester Stallone
Ano: 2006
Duração: 102 minutos
Gênero: Ação

À procura da felicidade
Chris Paul Gardner Gardner era vendedor de aparelhos médicos que estavam em decadência no mercado. Com apenas 21,39 dólares no bolso e vivendo em albergues com o filho, ele decidiu se tornar corretor de ações.
A trama retrata o período em que ele atuou em um estágio não remunerado de uma grande corretora. E mostra como ele se tornou milionário.

À procura da felicidade
Diretor: Gabriele Muccino
Ano: 2006
Duração: 117 minutos
Gênero: Drama

Prova de Fogo
Akkelah Anderson tem 11 anos e, diante de si, o maior desafio que uma criança poderia enfrentar: concorrer ao National Spelling Bee, a mais importante competição de soletrar do mundo.
“O problema é que ela tem uma série de dificuldades que só podem ser solucionadas com o aporte de um coaching”, afirma Reis.

Prova de Fogo
Diretor: Doug Atchinson
Ano: 2006
Duração: 112 minutos
Gênero: Drama

Poder além da vida
Dan Millman é um talentoso ginasta com promessas muito palpáveis de subir ao topo do pódio olímpico. Um acidente, contudo, coloca um pretenso ponto final nos sonhos dele de chegar ‘às olímpíadas". “Neste processo, ele conhece uma pessoa que o ajuda a superar todas essa limitações”, conta Reis.

Poder além da vida 
Diretor: Victor Salva
Gênero: Drama
Ano: 2006
Duração: 120 minutos

Desafiando gigantes
Grant Taylor é treinador de futebol americano que mantém um currículo medíocre – de raríssimas vitórias. “No meio de uma crise profissional, ele descobre uma série de competências próprias e começa a atuar com base nisso”, conta o consultor.

Desafiando gigantes
Diretor: Alex Kendrick
Ano: 2006
Duração: 111 minutos
Gênero: Drama

Coach Carter
Em Richmond, na Califórnia, Ken Carter retorna para o colégio em que estudou na adolescência para atuar como técnico do time de basquete.
“Ele encontra uma escola de pernas para o ar, repleta de pessoas desmotivadas e assume como missão transformar essa realidade”, conta Reis.

Coach Carter 
Diretor: Thomas Carter
Ano: 2005
Duração: 136 minutos
Gênero: Drama

Tempo de Recomeçar
George Monroe, um arquiteto de meia idade, descobre que tem câncer e pouco tempo de vida. O filme mostra como ele organiza a vida em função do tempo que lhe resta.
“É a ideia de que você tem que ser capaz de entender que as dificuldades que aparecem na vida dependem das interpretações que você faz da realidade”, diz Reis. “As adversidades só existem quando eu as percebo como tais”.

Tempo de Recomeçar 
Direção: Irwin Winkler
Ano: 2001
Duração:145 minutos
Gênero: Drama

Um domingo qualquer
Em algumas carreiras, o tempo é perverso. E os jogadores do time de futebol americano Sharks de Miami sentem isso na pele. Após três derrotas consecutivas, eles precisam agir rápido para mudar sua sina.
“O filme mostra como o talento e o esforço

Um domingo qualquer
Diretor: Oliver Stone
Ano: 1999são capazes de fazer um time campeão”, diz o professor Madeira.
Duração: 165 minutos
Gênero: Drama

A sociedade dos poetas mortos
O personagem interpretado por Robin Willians assume a cadeira de literatura da tradicional Welton Academy. Seus métodos de ensino, contudo, levam os alunos a questionamentos que geram um choque cultural dentro da ortodoxa instituição.
“É um grande filme que mostra como nós tocamos a vida das pessoas quando fazemos o que fazemos com o coração”, diz o professor Madeira.

A sociedade dos poetas mortos
Diretor: Peter Weir
Ano: 1990
Duração: 129 minutos
Gênero: Drama

Fonte: Exame (  postado    em: canaldoensino.com.br/blog)