domingo, 20 de novembro de 2016

Virus Zika

Em abril de 2015, o vírus zika foi identificado pela primeira vez no Brasil, quando seu material genético foi encontrado em oito pacientes do Rio Grande do Norte. No fim do mesmo ano, o número elevado de bebês nascidos com microcefalia (má formação rara na qual os bebês nascem com o crânio de tamanho menor do que o normal) fez com que o Ministério da Saúde confirmasse a relação entre o vírus e o surto de microcefalia que atingia o Nordeste do país. Em fevereiro de 2016, o aumento das infecções no país levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar o surto como emergência mundial de saúde pública.
Até o momento, o Brasil tem 1 168 casos confirmados de microcefalia, de acordo com o último informe do Ministério da Saúde. Contudo, pouco ainda se sabe sobre a biologia e o mecanismo de ação do microrganismo. O vírus zika foi detectado pela primeira vez, em 1947, em macacos da floresta de Zika (daí seu nome), em Uganda, na África. Ele pertence à família Flavivírus, a mesma da dengue e da febre amarela, e tem sua transmissão feita pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, assim como o vírus da dengue e chikungunya. Antes de chegar ao Brasil, o vírus causou um surto em 2007, na pequena ilha de Yap, na Micronésia e, em 2013, novos registros da doença surgiram na Polinésia Francesa, que teve 8.264 casos suspeitos. Acredita-se que ele chegou ao Brasil trazido por religiosos da Polinésia que acompanharam a visita do Papa Francisco, em 2013, ou durante a Copa do Mundo, em 2014. No país, possivelmente causou o maior número de infecções desde que foi identificado. Os especialistas ainda não sabem o número exato de casos de zika no país, pois a única maneira de saber se alguém teve zika é pelos testes de biologia molecular (PCR), que detecta o vírus só até cinco dias depois do início dos sintomas. Além disso, em 80% dos casos, a infecção pelo zika pode não apresentar sintoma algum.
No início deste mês, pesquisadores americanos conseguiram revelar a estrutura exata do vírus, um importante passo para o combate do vírus - ele poderá ajuda no desenvolvimento de um diagnóstico confiável, um tratamento e, possivelmente, uma vacina para o zika.
Além da microcefalia, existe uma possível relação do vírus com a síndrome Guillain-Barré. A transmissão por meio de fluidos, como saliva e urina, e pelo ato sexual é uma hipótese ainda não comprovada pelos cientistas.

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